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Manual garante comunicação na escola para crianças migrantes

Crianças e adolescentes filhos de migrantes que frequentam o ensino público estadual no Rio Grande do Sul poderão se comunicar no ambiente escolar na língua de origem. Essa possibilidade será dada com o “Manual Integra”. O documento pedagógico foi entregue no dia 06 de fevereiro, pela Cáritas Arquidiocesana, Fórum Permanente de Mobilidade Humana do RS e Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembleia Legislativa ao Governo do Estado do Rio Grande do Sul, durante evento na Assembleia Legislativa. A coordenação e elaboração foi da entidade IDENTIDADES, com a participação de migrantes, que deram contribuição fundamental para a precisão das informações e das traduções.
A publicação tem tradução em cinco línguas – português, espanhol, francês, creolle haitiano e inglês – de expressões utilizadas para comunicação cotidiana como saudações, informações úteis de serviços, dados sobre características pessoais e familiares, calendário, estações do ano, alimentos, roupas, higiene e corpo humano, entre outras. A primeira tiragem destinará exemplares a todas as escolas da rede pública estadual de ensino fundamental e médio que tenham alunos migrantes matriculados.
A presidente da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da AL, Dep. Laura Sito, afirmou que o objetivo da publicação é facilitar a comunicação entre imigrantes e o povo gaúcho, melhorando o processo de integração. “Sabemos que o Rio Grande do Sul é um dos estados que mais recebe migrantes no Brasil, com uma população estimada em mais de 100 mil pessoas. Essa publicação é um compromisso com a cidadania dos migrantes”.
O representante da Cáritas Arquidiocesana e do Fórum Permanente de Mobilidade Humana, Elton Bozzetto, agradeceu ao legislativo estadual que aportou recurso para impressão. Segundo ele, 52% das crianças migrantes em idade escolar que vivem no Rio Grande do Sul ainda estão fora da escola. “Favorecer a comunicação é um princípio fundamental que deve ser assegurado pelo Estado e por todas as pessoas envolvidas no processo de atendimento aos migrantes, porque todas as pessoas têm direito de migrar com direitos. E a comunicação é um direito humano”.
Bozzetto ressaltou que essa publicação é uma prova de que o direito de hospitalidade está sendo respeitado. “Queremos que a acolhida, a proteção, a promoção e a integração dos migrantes seja uma tarefa de todos, porque essa é uma dimensão de humanidade. Esse é um material simples, singelo, mas construído com profundo espírito humanitário, em respeito às pessoas envolvidas no processo migratório”. O material também será distribuído a entidades que prestam assistência aos migrantes, curso de idioma para migrantes, órgãos públicos e universidades, para facilitar a comunicação básica.
 

Mensageiro da Caridade
Autoridades estaduais recebem manual.

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