A Arquidiocese de Porto Alegre vai acompanhar a situação de definição do processo da Ponta do Arado e atuar em defesa dos direitos da comunidade indígena Mbya Guarani. A decisão foi tomada na reunião da Dimensão de Justiça, Caridade e Paz realizada no dia 13 de agosto, com a presença do Coordenador do CIMI Sul, Roberto Liebgott. A comissão fará visitas aos grupos indígenas da Região Metropolitana e Costa Doce para acompanhar a situação de todas as comunidades.
Segundo Liebgott, a região que circunda o Lago Guaíba compõe o território originário do povo Mbya Guarani. Por isso, há reivindicação de demarcação de espaços nos quais os remanescentes possam se constituir como comunidades. Ele ressalta que há outros povos vivendo na região, como os Kaingang e Charrua, que migraram para Porto Alegre e Região Metropolitana por questões sociais e econômicas. Uma das ações definidas na reunião foi a adoção de uma estratégia de integração de trabalho entre o CIMI, o Mensageiro da Caridade e a Paróquia Santa Clara para atender aos indígenas da Lomba do Pinheiro e Zona Sul.
As principais demandas das comunidades indígenas que vivem nesta região do Estado são de ordem territorial, habitacional, sanitária, respeito às culturas e formas de vida e políticas públicas de atendimento às suas necessidades. O Bispo Auxiliar de Porto Alegre, Dom Adilson Pedro Busin, destaca que a posição da Igreja é de diálogo com as autoridades para que haja respeito aos indígenas como sujeitos de direitos. “Vamos fazer o acompanhamento efetivo das diversas situações numa relação respeitosa com os ocupantes originários destas regiões”.