Mesmo no contexto da pandemia, o Rio Grande do Sul continua sendo o destino de um número expressivo de migrantes. Conforme os últimos dados oficiais, a Polícia Federal registra a existência de 90 mil imigrantes no Estado. O grande desafio para as entidades que atuam na área migratória é a acolhida e a integração no mercado de trabalho e nas comunidades locais. Toda a ação na acolhida está sendo realizada pelas entidades da sociedade civil.
Um dos exemplos é o que aconteceu no último final de semana. Um grupo de oito venezuelanos chegou na estação rodoviária vindo de Cuiabá, sem ter qualquer referência em Porto Alegre e sem um destino previsto. O Mensageiro da Caridade, a Missão Rodoviária (Irmãs Scalabrinianas), a Cruz Vermelha, a Associação dos Migrantes Angolanos e outras entidades que participam do Fórum Permanente de Mobilidade Humana promoveram uma ação emergencial de acolhida.
Com o reduzido recurso que possui, o grupo conseguiu locar um imóvel no bairro Bom Jesus. O Mensageiro da Caridade repassou utensílios domésticos, roupas de cama, colchões, fogão, guarda-roupas, camas, rack, armários e sofá. A entidade também encaminhou cesta básica para garantir a alimentação nos primeiros dias. A assistente social do Mensageiro da Caridade responsável pelo atendimento, Andressa Rech, afirmou que essa ação em rede é a expressão da integração das organizações que se dedicam a desenvolver uma relação de cuidado dos migrantes. “Infelizmente, as pessoas são encaminhadas de um lugar para outro, sem qualquer organização e atenção dos gestores públicos para garantir os direitos dos migrantes. Nossa articulação está fazendo a verdadeira política pública para assegurar acolhimento e integração”.