“O Rio Grande voltou ao mapa da fome e da insegurança alimentar, com 3 milhões de gaúchos vivendo com no máximo R$ 500 por mês”. A informação é do Presidente do Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável do RS, Juliano de Sá. O dado foi divulgado na abertura da 8ª Conferência de Soberania e Segurança Alimentar, realizada na Assembleia Legislativa, no dia 27 de julho.
Sá qualificou como vergonhosa a situação do Brasil, por ter voltado a ocupar o mapa da fome no mundo, conforme levantamento da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), apenas 7 anos após tê-lo deixado. “Em cada 10 lares, 6 vivem algum tipo de insegurança alimentar”, apontou. Em seu pronunciamento ele lamentou a diminuição na produção de alimentos básicos no Estado. Nos últimos anos, a área plantada de feijão sofreu uma redução de 40% e a produção de leite perdeu 40 mil produtores. “Estamos virando o estado de uma só cultura. Como consequência, temos a cesta básica mais cara do país”.
O Mensageiro da Caridade participou do processo da conferência integrando as atividades nas etapas municipal e estadual, através da assistente social Andressa Rech. Ela destacou que a conferência indicou a necessidade de medidas urgentes para auxiliar a população em situação e vulnerabilidade. “A fome está presente. Não dá para esperar para amanhã. Não há como falar em saúde, educação, emprego, se a fome existir”. Por isso, ela defende que a sociedade e Estado precisam agir rápido. Pois, as consequências são imprevisíveis com a persistência desse quadro.
Os encaminhamentos principais estão na carta aprovada pela conferência e encaminhada ao governador do Estado com a solicitação de medidas emergenciais. Segundo Andressa, uma das decisões importantes da Conferência é a retomada do CONSEA Nacional, órgão que coordena no país as políticas de superação da fome. “Com a reinstalação do conselho nacional será possível coordenar uma política para todo o país, numa ação parceirizada entre governo e sociedade”. Ela destacou que o Mensageiro da Caridade está integrado neste rol de instituições, que agregam experiência, estrutura e competência para os programas de superação da fome.