No mundo todo, uma a cada três pessoas (2,37 bilhões) não têm acesso à alimentação adequada. Desse total, 768 milhões passam fome. O dado foi apresentado pela nutricionista Vivian Stein, no Encontro de Formação Social realizado na sede do Mensageiro da Caridade no dia 29 de setembro. O evento reuniu lideranças da caridade das paróquias da Arquidiocese e dirigentes de entidades assistenciais de Porto Alegre e Região Metropolitana.
A informação foi transmitida durante a formação que retomou as reflexões e a aplicação da Campanha da Fraternidade de 2023, na Arquidiocese de Porto Alegre. Ela acrescentou que há um problema endêmico que compromete a saúde e o desenvolvimento das crianças. “A anemia afeta quase 30% das mulheres em idade reprodutiva, provocando prejuízos incalculáveis e imprevisíveis na geração humana”. Durante a palestra, a nutricionista defendeu a adoção de sistemas alimentares sustentáveis, para que as futuras gerações não tenham a sua saúde comprometida.
Ela orientou os participantes sobre a importância da produção de alimentos sadios através de inciativas populares, como as hortas comunitárias e a produção caseira, com a ocupação de pequemos espaços domésticos. “Essas pequenas ações contribuem para a redução do desperdício, a preservação da biodiversidade, a atenuação das mudanças climáticas, a valorização da agricultura sustentável e a promoção da justiça social em toda a cadeia alimentar”.
A nutricionista insistiu na importância da produção de alimentos não convencionais que têm crescimento espontâneo e requerem um cultivo simples, pouco exigentes e de baixo impacto ambiental. “Dessas plantas são consumidas as folhas que apresentam alto valor nutritivo como o chuchu, abóbora, a batata-doce, o almeirão-do-campo, cariru e língua-de-vaca, entre outros”. A nutricionista acrescentou que as pessoas precisam fazer o aproveitamento integral dos alimentos, porque os itens descartados contém valor nutricional expressivo que é descartado na hora de preparar a comida. “Prefiram sempre alimentos in natura ou minimamente processados e preparações culinárias para evitar os ultraprocessados, que são acondicionados com conservantes prejudiciais à saúde”, recomendou.