A ação social da Arquidiocese realizou no último sábado(20 de maio) o primeiro Encontro Arquidiocesano da Dimensão da Justiça, Caridade e Paz. O evento reuniu delegações de todos os Vicariato e Áreas Pastorais no Colégio São Francisco, na Zona Norte da Capital. A atividade faz parte do processo de construção da unidade e planejamento conjunto dos projetos sociais e da prática da caridade em todas as paróquias e entidades ligadas à Igreja. A equipe da Cáritas Arquidiocesana ofereceu seu suporte para a organização da dinâmica e execução do evento.
Na abertura do encontro, o Arcebispo Dom Jaime Spengler saudou os participantes e explicou a importância da unidade conceitual e operacional da dimensão social da fé cristã. Ele acrescentou que ao assumir uma nova identidade, a Igreja na Arquidiocese assume a unidade com toda a Igreja do Brasil. O Bispo Auxiliar, Dom Adilson Busin, fez a primeira exposição d amanhã de estudos. Ele afirmou que a expressão do Bom Samaritano é um anúncio explicito de que quem ama se põe a serviço.
O jornalista da Cátitas Arquidiocesana, Elton Bozzetto, apresentou os resultados e a análise da Pesquisa da Ação Social, que foi sistematizada pela Equipe Técnica da Cáritas Arquidiocesana de Porto Alegre. A pesquisa foi realizada em 52% das paróquia em cujos territórios foi constatada a atuação de 210 entidades vinculadas à Igreja. O levantamento tem como base as ações sociais do ano de 2015. Conforme os dados, naquele ano, a ação da Igreja auxiliou mensalmente com repasse de roupa e alimentos 105.119 pessoas. O levantamento mostrou que a atividade da Igreja é ainda muito restrita com públicos específicos como presidiários, migrantes, vítimas da violência, população de rua, doentes de AIDS e outros.
Sobre a presença e participação na esfera pública, a pesquisa constatou que existem 65 cadeiras ocupadas pelas entidades da Igreja Católica em conselhos no âmbito municipal, como entidades eleitas para constituir esses organismos. Nos conselhos estaduais, existem 12 cadeiras ocupadas por entidades eclesiais que desenvolvem atividades no âmbito da Arquidiocese de Porto Alegre. Já na esfera nacional são apenas quatro vagas ocupadas. Sobre formação, apenas 54% das entidades pesquisadas informaram que seus integrantes participam de atividades de qualificação.
Bozzetto apresentou um dado preocupante sobre o processo de inclusão produtiva das pessoas beneficiadas pelas atividades da Igreja Católica. Se com os donativos de bens de satisfação das necessidades básicas foram auxiliadas 105 mil pessoas por mês, durante todo o ano de 2015 foram qualificadas apenas 1862 pessoas para o trabalho. "Esse dado está exigindo um reordenamento das atividades sociais para privilegiar a qualificação profissional e a inclusão em programas de geração de renda, sob o risco da ação social da igreja apenas perpetuar a miséria de seus assistidos".
Os participantes do encontro foram reunidos em grupos para aprofundar as reflexões apresentadas e agregar contribuições para a continuidade do trabalho social na Arquidiocese. As sugestões serão sistematizadas e será realizado um encontro da ação social da Igreja por Vicariato no segundo semestre para o segundo momento do planejamento global da dimensão da caridade.
No final do encontro, Dom Jaime Spengler fez um apelo para que os agentes da ação social e toda a Igreja não tenham medo de adotar novas posturas no trabalho social. Diante das notícias de corrupção e desestruturação política do país, que denominou de "sistema falido", o Arcebispo refirmou que a atuação na política também constitui um desafio para os cristãos que precisa ser enfrentado com gente capacitada e comprometida com a justiça e com o bem comum. "É hora de darmos um basta neste cenário que estamos assistindo com pessoas de éticas, justas e que coloquem o bem da comunidade acima dos interesses particulares".
Equipe da Cáritas Arqudiocesana com Dom Jaime Spengler
Diretora Executiva da Cáritas, Rosane Pessotto apresenta estratégias de sustentabilidade